quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Felix Felicis Day

Acordou, mesmo que não quisesse. E acordou sorrindo, para seu maior espanto. Já não lembrava mais da última vez que acordara feliz. A rotina do dia a dia, as preocupações da trabalho, o stress do trânsito sempre o deixavam "derrubado", sem vontade de levantar e ir à luta. Mas esse dia estava diferente. Sentiu-se movido por uma vontade interna enorme. Parecia que cada músculo do seu corpo palpitava por vontade própria. Olhou-se no espelho e gostou do que viu. Parecia rejuvenescido. Sentiu-se atraente apesar de já estar com 40. Seria capaz de provocar suspiros em garotinhas de 20 anos. Mecanicamente, deixou suas roupas tradicionais de lado e vestiu-se com "roupas de domingo". Usou o que tinha de melhor: Blaser, camisa, a melhor calça jeans e sapatos bicudos envernizados. Saiu apressado em direção ao ponto de táxi. Ele jamais chegara atrasado ao trabalho. No caminho, uma buzinada de carro lhe chamou a atenção. Era uma colega de trabalho lhe oferecendo uma carona. Ele sempre nutrira por ela um interesse além dos assuntos profissionais. Mas ela nunca lhe dera bola. Ao chegar ao local de trabalho, foi recebido com uma boa notícia do chefe: Havia sido promovido ao cargo de Gerente de Marketing. Mal podia acreditar que tudo isso estava acontecendo bem diante dos seus olhos. Na hora do almoço a mesma garota que lhe dera carona, agora sentava-se ao seu lado e lhe dizia que ele parecia mais másculo, mais atraente, mas não sabia descrever o porquê. Ele pensou consigo que só poderia ser coisa de "hormônios", pois nem perfume ele estava usando. Não perdeu a oportunidade e convidou-a para jantar e depois, quem sabe, algo mais.
No dia seguinte acordou sozinho em sua cama, embrulhado em lençóis e com roupas espalhadas pelo chão. Nenhum bilhete, nenhuma cobrança do acontecido na noite anterior...
Abriu um sorriso largo. Não tinha dúvidas: Aquele fora o seu Felix Felicis Day.


Poema do dia:

Loteria

Ah! Como eu queria ganhar na loteria
Aí, com certeza, você me notaria.
Talvez isso aconteça algum dia
Eu ganhar na loteria, e você minha seria.

Ah! Como eu queria ganhar na loteria
E o que você faria nesse dia?
Aposto que do meu dinheiro gostaria.
Eu ganhar na loteria, e você feliz ficaria.

Ah! Como eu queria ganhar na loteria.
E ter você ao menos por um dia.
A fortuna me seria de pouca valia,
Se eu amasse você noite e dia.

Ah! Como eu queria ganhar na loteria
Minha fortuna toda eu daria,
Para ter você, ao menos por um dia.

Richard 2011

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Pensamento

"O homem é o lobo do homem"
Thomas Hobbes


Poema do dia:

Lobo da Madrugada

Anoitece na cidade.
Ando sem rumo sob o asfalto frio
Que forma as ruas.
Os prédios, gaiolas de concreto cinzento,
Sombreiam o meu caminho,
Ao toque da luz difusa.
E eu sou só, na minha perdição...

Cada rua, cada esquina, cada beco,
Vasculham-me...
Dissecando partes do meu corpo,
Que vão ficando perdidas,
Aos poucos...
Na poeira do caminho.
E eu vou só, na minha loucura...

Um lobo que uiva solitário na madrugada
Cuja resposta vem em sons vazios,
Que ecoam no concreto da selva dura.
E a lua, testemunha muda,
Dos caprichos meus,
Espia meus passos onde quer que eu vá.
Ilumina as casas, ilumina as praças, ilumina os amantes...
Só não ilumina minha mente, cega de desejo...

Um lobo solitário em busca da caça.
Uma sombra que espreita sob a luz do luar.
Um cego acéfalo no alvor da madrugada.
Um bêbado imundo e sem rumo no mundo.
Inúmeros predicados podem me qualificar.
Sou tolo adepto de todos eles.
Suas raízes me consomem as entranhas,
Como musgos que crescem na rocha nua...

Esse estranho mundo noturno
Engole-me...
Damas da noite, travestis de falsos seios,
Sereias siliconadas, piranhas de calçada,
Digerem-me...
Sugam-me, o que eu nem tenho para dar.
Enquanto meu sangue corre tortamente,
Dentro de minhas artérias calcificadas.

Sou lobo da madrugada.
Filho da noite, amante da lua.
Não deixe que a noite se acabe,
Não deixe que meu mundo desabe.
Quero sobreviver ao apocalipse
Pra ver o futuro já visto.
Deixar que morra esta noite,
Nasça um novo dia... E então...
Volte a anoitecer...

Richard 2011

domingo, 10 de julho de 2011

Como Você Gasta Seu "Precioso" Tempo?

Eu acredito em estatísticas. Eu aprendi, em meus tempos acadêmicos, que, quando eles são feitas seriamente e com isenção, funcionam. As estatísticas são métodos comprovadamente eficientes para nos auxiliar a tomar decisões, definir metas, tomar atitudes em relação à concorrência, enfim, programar nosso futuro para viver mais e melhor.
Os seres humanos são todos muito parecidos na forma de agir e se comportar em qualquer parte do mundo. Embora muitas pessoas afirmem que não se preocupam com o futuro, que preferem levar a vida conforme esta se apresenta com todos os seus imprevistos e surpresas, em algum momento elas serão atropeladas pelos números e pela contundência milimétrica das estatísticas. Todos nós faremos parte delas um dia. Contudo, se formos perspicazes ao ponto de analisarmos algumas dessas estatísticas, poderemos delas tirar algum proveito que poder melhorar nossas vidas.
Alguns anos atrás a revista Super Interessante publicou uma estatística interessante sobre o comportamento de um ser humano hipotético que viveu 75 anos e como este indivíduo gastou seu "precioso" tempo durante sua vida:
75 anos (Tempo de vida médio)
-25 anos (Dormindo)
-12,5 anos (Trabalhando)
-10 anos (Assistindo TV)
-4,5 anos (Dirigindo)
-4 anos (Fazendo ativ. domésticas)
-4 anos(Comendo)
-3 anos (Descansando)
-2,5 anos (Fazendo compras)
-2,5 anos (outras atividades)
-2 anos (estudando)
-1,5 anos (fazendo comida)
-1 ano (Praticando esportes)
-10 meses (navegando na internet)
-7 meses (Fazendo amor)
-4 meses (Falando ao telefone)
-4 meses (Indo a festas)
-3 meses (Esperando carregar páginas da internet)
-11 dias (Consertando o carro)
Se este cidadão conseguiu chegar aos 75 anos e desenvolveu todas essas atividades durante sua vida. Então é chegada a hora de partir dessa para melhor. Ele passa a figurar numa outra estatística : A "Causa Mortis". Todos os anos, 57 milhões de pessoas morrem pelo mundo afora. Nós também nos encaixaremos nessa estatística:
Como morrem as pessoas:
20% Cânceres diversos (boca, fígado, mama,próstata,leucemia...)
17 % Problemas cardíacos
10 % Derrames cerebrais
8% Doenças contagiosas (sífilis, meningite, hepatite,...)
7% pneumonia
6% Acidentes (quedas, envenenamento,afogamento)
5% AIDS
4,5% Complicações no parto
3% Diarréia
3% Tuberculose
2% acidentes de carro
2% câncer no pulmão
2% Diabetes
2% Malária
1,5% Câncer no estômago
1,5 % Suicídio
1,5 % Cirrose
1 % Assassinato
1 % Nefrite
1% Câncer retal
1% Sarampo
O bacana de analisarmos as estatísticas é que podemos usá-las a nosso favor. A estatística é como uma cigana prevendo o futuro. A estatística nos mostra o futuro nos dando chance de escolhermos o melhor caminho para vivermos mais e melhor.
Poema do dia:
Mistério
Do olho cai a lágrima.
Assim como da flor, uma pétala.
Se vão partes de uma vida
Que não conhece razão, rumo ou destino.
É pura melancolia dilacerando almas penantes.
Em cada pedra, em cada rio, em cada céu,
Buscam-se segredos.
São seres atormentados,
Dispostos a atingir o impossível.
Nascer, viver e morrer,
Persiste, em nós, o fantasma do maldito ciclo.
O tempo passa, seca a flor,
Apodrece o olho, mas o mistério,
Esse continua...
Richard 2011

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O Norte de Nossas Vidas

Há que se acreditar!
Nada, nunca é definitivo. Vivemos em constante êxtase diante da vida. E quanto mais nela penetramos, mais ela nos mastiga, nos digere, nos engole. O rumo está definido. Ele sempre esteve definido, desde que nascemos. Não importa por quantos caminhos tortuosos andemos. De nada valem tantas perdas e tantos ganhos na caminhada se nossos prazeres se diluem nas pequenas coisas que fazemos e que nos dão prazer. A bússola sempre nos levará para o norte. E qual será o norte de nossas vidas?
Objetivos a alcançar, metas estabelecidas, sonhos possíveis, quem sabe.... Tanta coisa por fazer. A angústia, o medo, o prazer das pequenas vitórias, a náusea das grandes derrotas. Tantas perdas e tantos ganhos espalhados pelo caminho. Tempos passados, paixões fugazes, tanta gente querida perdida pela estrada da vida.
Há que se acreditar!
Sempre haverá uma saída!
Para tudo na vida há uma saída.
O tempo se encarregará de nos mostrar o caminho.
O tempo tudo move, tudo estabelece, tudo cura.
O tempo sempre foi e sempre será o norte de nossas vidas.

Poema do Dia:

Santuário

No tempo em que o sol já se escondia.
Num quarto repleto de meia luz.
Reinam deuses e santos por todo o dia,
Criando um ambiente que ao amor conduz.

Ela dormia num real santuário,
Rodeada de anjos, orixás e escapulário.
Mas o Deus de sua devoção preferida,
Era Eros, desfrutando da maçã proibida.

Velas, incenso e fumaça impregnada.
O fogo ardia cortando o ar com suas chamas.
E o Buda ali sentado a meditar sobre o nada,
Enquanto a loba derramava o leite de suas mamas.

Iemanjá, flutuando sobre as águas do mar.
São Jorge e seu cavalo enfrentando o dragão.
Um móbile de anjos, no teto a voar.
E até Nossa Senhora, com peito aberto, coração.

Nessa névoa de penumbra, eu perdido.
Ela me guiou no seu santuário bendito.
Mostrou a mim o caminho do amor compreendido,
Entre a devoção ao bem, e ao inferno maldito.

E no meio desse sincretismo religioso,
Fizemos amor, penitenciando nossos pecados.
Varando o espaço, livre do tempo ocioso.
Ela e seu santuário, ficarão para sempre, em mim marcados.

Richard 2011

quarta-feira, 1 de junho de 2011

O Coelho e a Tartaruga

Você prefere levar uma vida de coelho ou uma vida de tartaruga?
O coelho tem um jeito elétrico de agir e se movimentar. Ele quer estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Ele age por impulso. Quer provar, cheirar, desfrutar de tudo que estiver ao seu alcance, como se o mundo fosse terminar amanhã. Até mesmo no sexo ele tem fama de ser rapidinho, trocando de parceiras sem dar muita importância para o prazer do momento.
Já a tartaruga é bem diferente. Ela age como se programasse seus passos anteriormente. Ela pensa e analisa cada situação sempre procurando a melhor saída. Ela é lenta no agir, lenta no executar e só vai com a certeza de acertar. E no amor, pode ser considerada a última das românticas.
Eu conheço muitas pessoas que levam uma vida de coelho: Muito atarefadas, apressadas e consequentemente estressadas. Conheço, também, outras tantas, que levam uma vida de tartaruga: Despreocupadas, vagarosas e consequentemente tranquilas.
Eu não estou querendo dizer que esta está certa e aquela está errada. Acho que cada um deve viver do jeito que melhor lhe convém. Mas uma coisa me peturba:
" O coelho vive no máximo 10 anos, já a tartaruga pode chegar aos 200 anos"
- Você prefere lever uma vida de coelho ou lever uma vida de tartaruga?
- A escolha é sua!


Poema do Dia:

O Mundo É Surreal

O mundo é surreal e não é eterno.
Nada é muito normal se visto de perto.
Ser lúcido, é ser realista.
Ser um visionário, um surrealista...

O amor escorre feito mel,
Melando a alma solitária
De um anjo-mulher imaginária
De um coração feito de papel.

E caídos na encruzilhada da vida
Sonhos se dispersam pelo mundo
Como nuvens voláteis de partida
No curto instante de um segundo.

Do outro lado de tudo,
Visões fantásticas vão passando
Poluindo nossa mente
E nos dando
Aquela energia vital:
"Um pomar de seios,
Montanhas de traseiros
Estendidos..., faceiros...,
No descampado do quintal."

E nesse mundo infesto de bandidos,
Vão-se os ais para sempre perdidos,
Pelas arestas que encobrem as frestas
De iniqüidades, e de coisas indigestas.

Sete sentidas trombetas hão de tocar,
E serão os sinais do nosso ocaso final.
Isto não será um surto surreal,
Mas sim uma realidade quase virtual.

E o que vem de dentro é o excremento.
E o que vem de dentro é só o lamento.
Profundo sentimento de algo inacabado,
Um sonho surreal de destino já selado.

Nos relógios derretem as horas cadentes.
Que voam como vento no olho do furacão.
Voa também a juventude no ranger dos dentes
Ao lufar do último suspiro do coração.

Richard 2011

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A Cidade Respira

A Cidade é um ser vivo que sofre, adoece e envelhece como todos nós. As ruas e avenidas são suas veias e suas artérias. Os coletivos, os carros, os seus habitantes enfim, são seu sangue que distribuem vida em todos os órgãos citadinos. Seu cérebro depende da atuação do poder público. Seus pulmões, um tanto congestionados, sofrem com o descontrole da poluição. Seu estômago tem gastrite, que pode virar úlcera. E seus intestinos são dutos subterrâneos onde fluem os detritos conforme o volume das chuvas: Bueiros fedorentos nas secas. Enchentes nos periodos de temporais.
Olho para o horizonte e vejo a silhueta disconexa da Cidade. Prédios surgem e se infiltram na paisagem feito tumores malignos. Vejo veias abertas por onde o sangue verte livre. Artérias semi interrompidas, onde o trânsito não flui. A capilaridade das favelas, onde se esconde o submundo do bem e do perverso.
Nós somos as células desse corpo. E como células somos trocados por outras células mais jovens. É o milagre da renovação. É o sangue novo para a velha Cidade. É o que a torna perene em si.
Nós paramos, mas a cidade continua: Velha, doente, carente, porém pulsante.

Poema Do Dia:

O Que Eu Não Entendo

Se você existe,
Desça agora do seu pedestal
E venha me explicar
Tudo aquilo que eu não entendo!

A criança faminta
O soldado mutilado
A discriminação racial
As diferenças sociais
O medo de viver
E o medo de morrer...

Responda-me, agora, por favor.
- Quem criou a paz e a guerra?
- Quem criou o amor e o ódio?
- Quem criou a vida e a morte?

Se você,
Realmente existe.
Desça agora
Do seu pedestal
E venha me explicar
Tudo isso...
O que eu não entendo.

Richard 2011

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Sete

Sete!
Número cabalístico de enorme significação.
Dizem que Deus fez o mundo em seis dias e no sétimo descansou.
Sábado é o sétimo dia, mas eu descanso no domingo.
A pomba da paz voou pelos sete mares, sobrevoou os sete continentes e descansou nas sete quedas da cachoeira.
Muito cuidado pois a sétima filha depois de seis mulheres virará uma bruxa. Assim como, o sétimo filho depois do sexto homem vira lobisomem.
Quebrar um espelho ou matar um gato preto (que tem sete vidas) dá sete anos de azar (eu já fiz as duas coisas sem querer, é claro!).
O romântico sonhador, sonhou sob o sétimo céu presentear sua amada com o anel das sete virtudes.
Mesmo a Branca de Neve tem sete anões em sua companhia.
Ainda existem os sete sacramentos que aconpanham a vida dos cristãos desde o nascimento atá a morte. Assim como os Umbandistas seguem suas sete linhas.
As sete pragas do Egito infernizaram a vida do Faraó.
Também os sete pecados capitais (quem não sofre com algum deles?) interferem nas nossas vidas.
Sete!
Sempre o sete interagindo no passado, no presente e no futuro.
A sétima profecia diz que o mundo vai acabar em 2012. Por via das dúvidas, quando os anjos tocarem as sete trombetas do apocalipse, eu quero estar a sete mil léguas longe daqui.
"É como diz o dito popular : 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 . Se tu não sabes, não te mete!"
 
 
Poema do Dia:
 
 
Hiper
 
 
Receio estar aqui
Com vontade de estar acolá.
Além do alto mar.
- Eu não pertenço a este mundo!
Quero estar em todos os lugares
Usurpar todos os sabores
Cheirar todos os odores
Calejar minhas mãos em peles alheias.
Fazer o tato saciar meu desejo,
No exato instante em que eu
Estiver cego para o amor.
Sou um hiperativo
Com tendências de hiperpassivo
Ou, quem sabe,
Seja apenas um hiperidiota
Que deseja inalar
Uma "overdose" de vida.
E quando chegar o ocaso,
O apocalipse, ou coisa que o valha,
Só quero meus pés
Sem raízes no chão,
Para poder caminhar sem rumo,
Na eterna busca
Utópica, eu sei,
Da plena felicidade.
 
 
Richard 2011

sábado, 26 de março de 2011

I Still Haven't Found What I'm Looking For

Começo esse comentário pelo título de uma música do conjunto Irlandês U2. Traduzindo para o português quer dizer: "Eu ainda não encontrei aquilo que estou procurando". No caso dos autores da música a conotação do texto é religiosa, uma vez que o trabalho do U2 é claramente influenciado pelas disputas entre católicos e protestantes, que por décadas, vêm abalando a Irlanda. Mas podemos transportar essas palavras ao dia a dia dos habitantes do nosso mundo. Quantos cidadãos do nosso planeta ainda estão procurando, aquilo que não encontram?
Uma recente pesquisa feita na Inglaterra revelou que aproximadamente 70 % das pessoas estavam insatisfeitas com seu emprego. Ou seja 70 % dos trabalhadores não tinham prazer em fazer o seu serviço, e só continuavam no emprego pelo dinheiro ou por outra necessidade que os obrigava a ficar ali.
Realmente, pouquíssimas pessoas no mundo tem o prazer de trabalhar naquilo que gosta. Conciliar o dever com o prazer é o desejo de consumo de qualquer cidadão na face da terra. Também existem aqueles que ainda não descobriram no que gostariam de trabalhar. Para estes, a labuta diária é mais penosa pois não encontram perspectiva nem a curto nem a longo prazo.
Já pensaram num ser que nasceu, brigou por um lugar ao sol, passou por todas as agruras da vida, venceu a fome , a doença e a miséria, conseguindo chegar à velhice. E esse sujeito, do alto da sua sabedoria de velho, no fim de sua vida declara: "I still haven't found what I'm looking for"
Talvez o que ele procure esteja mais além...




Poema do Dia:


Quatro Estações


Eu chego com as chuvas do inverno.
No vento, no frio, na geada da manhã,
Quem envolve teu corpo em calafrios
Tu não sabes, mas sou eu a te insinuar.


No outono sou folha envelhecida, que da árvore cai
E, levada pelo vento, voa jovialmente ao teu encontro.
Em tuas mãos eu rejuvenesço
Esqueço que a vida tem um fim; sou imortal.


Eu também sou o sol quente do verão
Que bronzeia tua pele macia,
Me chamo brisa do mar, e sem receio,
Lambo o suor do teu corpo "caliente".


Mas, acima de tudo, na primavera és só minha.
Eu sou a rosa que embeleza o teu quarto.
Mal sabes tu que, à noite, te entorpeço com minha fragrância
E te faço, em sonhos, me amar.


Richard 2011

quarta-feira, 23 de março de 2011

A Melhor Idade


Frequentemente inventam adjetivos atenuantes para definir as pessoas de idade avançada., aquelas que já passaram dos 65 anos. Terceira idade, melhor idade, idade da sabedoria e outros tantos inventados pelas mentes criativas. Não há como tapar o sol com a peneira. A verdade é que chega o tempo da "senescência", quando a curva da nossa parábola, depois de atingir o topo, segue para a inevitável decadência.

Nascemos no ponto zero (0) e atingimos o auge físico, mental e espiritual aos 45 anos. A partir daí, algumas células especializadas do nosso organismo dão o sinal verde para as demais iniciarem o processo de senescência ou envelhecimento propriamente dito. Cabe a cada um de nós, mediante o cuidado de nossa saúde, prolongar a idade do ponto de interrogação (?) do gráfico, que significaria a idade de nossa morte quando voltaríamos ao ponto zero da força física, mental e espiritual.

Acho que não devemos criar um grupo à parte de pessoas idosas em nossa sociedade. Ainda mais sob a designação de melhor idade. Para mim a verdadeira melhor idade é aquela que vai dos 5 aos 12 anos. É a época das brincadeiras, da inocência, dos sonhos. É a época da cabeça fresca, livre das preocupações financeiras, profissionais ou existenciais. É a fase em que tudo é festa. É a fase do brincar de viver.

Enfim, nossos idosos não merecem ficar isolados em grupos separatistas. Inclusão social já aos nossos velhinhos. Esse é o caminho para onde vai a humanidade e nós também.


Poema do Dia:


Tempo


Tempo voa, voa tempo

Que fazer com o tempo

Que não para de voar?


Tic-tac, tic-tac, tic-tac...

Envelhecemos a cada

Tic-tac, tic-tac, tic-tac...

Do relógio da vida.


Enquanto isso...


Tempo voa, voa tempo

Que fazer com o tempo

Que não para de voar?


Nossas aflições, nossos medos,

Nossos desejos, nossas consciências,

Navegam num mar de ...

...Tiques-taques, tiques-taques, tiques-taques...


Enquanto isso...


Tempo voa, voa tempo

Que fazer com o tempo

Que não para de voar?


Vamos levando a vida

Numa loucura desvairada

Até que cheguemos nos limites dos...

...Tiques-taques, tiques-taques, tiques-taques...


Enquanto isso...


Tempo voa, voa tempo

Que fazer com o tempo

Que não para de voar?


Até que num belo dia,

Tic..., tic..., tic..., tic.


Richard 2011

quarta-feira, 16 de março de 2011

O Quinto Elemento

"Nem ar, nem mar, somente Terra!"
Quatro elementos fazem parte da natureza que nos rodeia. Terra, água, fogo e ar. A água ocupa 3/4 da superfície do nosso planeta. Aparentemente a água é mais abundante do que a terra, o que levou muitas pessoas a insinuar que nosso planeta deveria se chamar de Água, ao invés de Terra. Mas não nos esqueçamos que o fundo do mar (e ele tem fundo) é feito de terra também. Gosto de admirar o mar, o movimento das ondas, ver o sol refletindo o seu brilho na superfície das águas e reluzindo faíscas como se fossem milhares de diamantes. Mas na água não me sinto bem. Talvez em pequenos nados em uma piscina ou à beira mar não mais do que algumas horas. Meus antepassados podem até ter surgido na água, mas a evolução seguiu um caminho diferente e hoje, eu tenho raízes em terra firme.
No ar me sinto muito pior. Tenho acrofobia, tenho receio de elevadores e muito medo de viajar de avião. Aquela sensação de estar flutuando no ar sem sustentação me apavora. Saber que se alguma coisa falhar lá no alto será o mais completo fim. Só se me tirarem a capacidade do raciocínio para que eu possa aceitar isso.
O fogo, terceiro elemento da natureza. Dentro deste não é possível sobreviver. No entanto, ele está bem "vivo" a alguns quilômetros abaixo de nossos pés. O centro da Terra é um núcleo de magma incandescente em constante ebulição. Por vezes sentimos sua força em algum terremoto ou vulcão em erupção.
Por fim temos a Terra, o nosso elemento mais precioso. Nossa mãe, de onde tiramos nosso sustento, onde nascemos e onde faremos nossa derradeira jornada.
Esses quatro elementos sempre conviveram em harmonia, dentro de suas próprias leis. As leis da natureza. Até que um belo dia surgiu o quinto elemento. Um elemento bem mais poderoso que os outros. Dono de suas próprias leis. Senhor de seus próprios atos. Imperador de um poder destrutivo de centenas de bombas atômicas. O quinto elemento somos nós: raça humana. E, assim sendo, em nossas mãos está depositado o nosso próprio destino.


Poema do Dia:

O Tiro

Eu dei um tiro na lua
E acertei.
Mal pude acreditar
Em tamanha sorte.
Basta dizer que
Acertar na lua
É mais difícil que
Acertar sozinho
Na loteria...
O único problema
É que
Meu prêmio
Está restrito
À remota
Órbita
Lunar...

Richard 2011

quarta-feira, 2 de março de 2011

As Mulheres

"A Bíblia Sagrada dos cristãos conta que Deus criou Adão, o primeiro homem, a sua imagem e semelhança. Mas mesmo vivendo no Paraíso, Adão, não parecia estar feliz. Deus, vendo que Adão andava triste e infeliz, resolveu lhe dar uma compania. E da costela de Adão, Deus criou Eva, a primeira mulher (Deve ser por isso que o churrasco de costela é o mais apreciado). Mas Deus (Até ele se engana), esqueceu-se que o pecado mora ao lado. E quando um homem e uma mulher se juntam o encaixe é perfeito. São peças de um mesmo quebra-cabeça. Eva conheceu Adão e apaixonou-se. A atração foi mútua. Eva também conheceu a cobra de estimação de Adão. E dela Eva ficou íntima. Brincava e conversava com ela todos os dias de modo que os outros atrativos do Paraíso ficaram em segundo plano. E assim foi até que Eva descobriu que a cobra de Adão lhe proporcionava uma sensação que jamais conhecera. A cobra de Adão lhe dava prazer!
Deus desaprovou tamanha libertinagem e, em represália, expulsou Adão e Eva do Paraíso."
Esta é uma das muitas lendas que ouvimos desde criança e que figuram no nosso imaginário. Mas, na verdade, a mulher é bem mais do que isso. A mulher é a fonte geradora da vida. Deixando de lado os progressos da medicina genética, a mulher, com uma pequena contribuição do homem, é a única que pode gerar a vida naturalmente. Isto lhe confere um poder quase Divino.
As mulheres organizam nossas vidas. As mulheres nos dão carinho. As mulheres nos dão de comer. As mulheres nos dão prazer... E, além de tudo isso, as mulheres geram a vida.
Pensando assim, as mulheres sempre foram discriminadas, desde Adão e Eva. As mulheres sempre foram vistas como pecadoras nos oferecendo o fruto proibido. Mas, na verdade, elas que nos corrigem e nos colocam nos trilhos desde pequeninos, desde o ventre materno, desde que éramos embriões. Porque elas é que geram a vida.
Começo a pensar que as mulheres são deusas,
Ou melhor: Acho que Deus é uma mulher!


Poema do Dia:

Harém

Mergulho em meus sonhos profanos,
Que de real não respeita o direito.
Mas o que cabe em meus planos,
Talvez aos outros não seja direito.

Quero um harém de mulheres,
Aos meus pés, noite e dia.
Se forem famintas, lhes dou talheres.
Se forem escravas, lhes dou alforria.

De dia Sofia e Luzia, à noite Thalia.
Quero amar a todas, e a nenhuma,
Se para tento eu tiver valia,
E meu coração, adrenalina alguma.

Se Maria estiver fria, porque não Lia?
Pois o viver com amor é mais fácil
E assim levo a vida na orgia,
Enquanto houver o desejo, enquanto for grácil.

Quero um harém de mulheres,
Aos meus pés, noite e dia.
E quando eu morrer em ares eteres,
Que eu me torne uma estrela vadia.

Richard 2011

sábado, 12 de fevereiro de 2011

"Swing" à Italiana com Tempero Brasileiro

Meus antepassados italianos protagonizaram um caso sem precedentes e que escandalizou a comunidade imigrante no início do século XX, na linha Tapera, interior de Gramado (RS). Trata-se da primeira troca de casais que se tinha notícias, entre os Trentin e os Dal-Ri, e que até hoje é motivo de escândalo e discórdia.
Os personagens dessa história foram os casais Nicodemo Trentin/Carolina Tessaro e Giuseppe Dal-Ri/Maria Baretta.
A relação entre eles iniciou quando Nicodemo convidou Giuseppe para ser seu sócio na construção e operação de um moinho. Os casais, então, tornaram-se íntimos e passaram a dividir a mesma casa.
Em abril de 1907, ocorreu um fato decisivo que mudaria completamente suas vidas. Hermínia, sete anos, filha de Maria e Giuseppe precisava de socorro urgente. Grávida, em vias de dar à luz, Maria pede para Carolina acompanhar seu marido Giuseppe até Taquara, em busca de socorro médico. Hermínia acaba morrendo e é enterrada em Taquara. Nessa viajem do casal aflora um sentimento mais forte que amizade. Após o retorno, Carolina viaja para Caxias com a desculpa de visitar parentes. Giuseppe viaja para Farroupilha a pretexto de pegar duas mulas de carga. A verdade é que Carolina e Giuseppe combinam um encontro em Caxias e juntos fogem para Sobradinho onde planejam viver sua grande paixão.
Após seis meses da fuga de Carolina e Giuseppe, Nicodemo e Maria passam a viver como marido e mulher. Nicodemo assume os filhos de Giuseppe com Maria, além de ficar com sua única filha com carolina.
É claro que a sociedade cobrou seu preço por tamanho descalabro para a época. Nicodemo e Maria foram impedidos de comungar e frequentar a igreja. Já Giuseppe foi enterrado como indigente, no lado de fora do cemitério.
Este episódio histórico ficou conhecido como " O Quatrilho".


Poema do Dia:

Indecisão

Nossos olhares se cruzaram
Eu gostei de ti
Tu gostaste de mim
Teu olhar de tigresa me encantou.
Quis te falar,
Sentir o tom da tua voz,
Mas essa indecisão
Que é minha algoz
Faz-me engolir as palavras
No momento oportuno.
Deixa-me amordaçado e sem ação.
Quando, finalmente, crio coragem
E me livro dessa amarra
Já é tarde...,
Perco-te na multidão.

Richard 2011

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A Teoria e a Prática

O papel aceita tudo. Tudo o que eu quiser ser, fazer ou sonhar, eu posso realizar na minha cabeça ou colocar em uma folha de papel. Mas colocar em prática nossos sonhos pode-se tornar uma tarefa muito difícil, quiçá impossível.
A verdade é que muitos fatores externos têm ação sobre os acontecimentos ao nosso redor. E, muitas vezes, estes agem de forma contrária ao nosso imaginário transformando o resultado final diferente daquele que havia sido pensado ou escrito
Um exemplo muito interessante que ilustra esse fato, aconteceu no caso do italiano Primo Levi.
Primo Levi, químico, escritor e filósofo. Um judeu italiano que escapou duas vezes da morte nos onze meses que passou no campo de concentração nazista de Auschwitz. Na primeira vez, por ser químico, foi selecionado para trabalhar no laboratório de pesquisas sobre borracha no campo. O que lhe valeu certas "regalias" perante às torturas sofridas pelos demais prisioneiros. Quando as forças aliadas estavam prestes a invadir Auschwitz, os nazistas se retiraram do Campo levando consigo os prisioneiros que estavam com boa saúde. Foi a chamada "Caminhada da Morte", onde as tropas alemãs juntamente com os prisioneiros foram praticamente dizimadas pelas forças aliadas. Mais uma vez Primo Levi foi salvo pela sorte. Acometido de Escarlatina ficou na enfermaria do Campo juntamente com 800 presos doentes dos quais 700 morreram. Levi foi um dos 100 sobreviventes. Após esse episódio marcante em sua vida, Levi, já de volta para a Itália, escreveu o livro "É Isto Um Homem?", descrevendo as atrocidades vividas por ele no Campo de Concentração de Auschwitz. Entre outros trabalhos, escreveu também o livro "A Trégua", onde ele nos mostra que é possível deixar uma guerra, aos pedaços, e ir juntando as partes novamente pela vida afora.
Curiosamente, esse homem, que passou pelos horrores da guerra e nos ensinou o caminho para superarmos as adversidades que a vida nos aplica, decidiu por fim à sua própria vida. Primo Levi havia telefonado a um amigo, pouco antes de morrer, e dito que não suportava mais a vida. Estava arrasado pelo sofrimento que a mãe vinha enfrentando com o câncer. Vê-la sofrer fazia com que recordasse dos horrores de Auschwitz. Minutos depois da conversa, Levi saltou do alto de uma escadaria em Turim, onde morava.
Levi não conseguiu colocar a sua teoria na prática. Ele foi vítima dos atalhos e descaminhos que a vida nos traça, testando nossas habilidades para sobreviver.




Poema do Dia:


Obsessão Cromática


O vermelho é absurdo.
O vermelho é abjeto.
O vermelho é o desejo,
Contido nas cartas do realejo.


O vermelho é o sangue
Destilado do inimigo.
O vermelho é o sexo:
Nosso prazer complexo.


O vermelho é a guerra
Com todo o seu horror.
Vermelha é a chama
Que arde na tua cama.


O vermelho é o sangue
Da tua menstruação.
Vermelho é o dia
Em que a morte me perseguia.


A obcessão vermelhífica, consuma,
A visão magnífica do apocalipse.
Pés, mãos, corpos de cabeças decepadas.
Vermelho de sangue por todos os lados.


Vermelho, vermelho, vermelho.
Vermelho por todos os lados.


A nossa sorte é...
Que o céu ainda é...
Azul!


Richard 2011

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sentido x Instinto

Um assunto que nos peturba (seres racionais), acima dos outros seres vivos, que não têm essa preocupação, é o sentido da vida. Nascemos sabendo qual será o nosso fim. A questão é como vamos preencher o hiato vago entre nosso nascimento e nossa morte. A primeiríssima razão de existirmos é a perpetuação da nossa espécie ( idéia comum a todos os seres vivos). Gerar e dar condições de vida para os descendentes é uma preocupação constante das espécies. Mas, depois de feito isso, O que nos faz ter apego pela vida? Qual será a razão para a continuação da nossa existência? A partir daí, qual será o sentido que nos faz viver? Nesse ponto entra em ação outro valor comum a todos os seres vivos: O instinto de sobrevivência. Este sim, é o grande incentivador da nossa vida. Precisamos ficar vivos. Todos temos nosso papel no ciclo da vida, e temos que cumprí-lo. É claro que todos queríamos ser os atores principais nesse filme. Mas, a maioria tem que se contentar em ser apenas meros atores coadjuvantes. Assim como dentre milhares de espermatozóides, apenas um fecundará o óvulo, sendo o responsável por uma nova vida, todos os demais fazem parte do processo que significa a luta pela vida.
Dessa forma, quando se desfaz em nós o sentido da vida, entra em vigor o instinto de sobrevivência. Até quando nossas forças resistirem às vicissitudes da existência e às corrosões do tempo.

Poema do Dia:

Conflito

Tenho sido vão.
Tenho sido um não.
Migalha de pão,
Caroço de jabuticaba.

Tenho sido lento.
Tenho sido ungüento.
Peneira tapando o sol,
Jabuti rabugento.

O cão late com autoridade.
E eu me calo para ouvir.
Até para se latir com classe
Tem que ter "pedigree".

A canoa está furada,
E fazendo água.
Afundando num oceano
De pontos de interrogação.

Assim sendo, corro o risco
De, apenas, passar pela vida,
Ou vê-la passar por mim
Dando adeuses...

Richard 2011

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Aos Ufólogos, Meus Sentimentos!

Para o seleto grupo de leitores do meu blog, começarei o ano com uma notícia bombástica. Um furo de reportagem. Até hoje ninguém teve coragem de afirmar o que eu vou dizer. Nem mesmo os cientistas da NASA confirmarão minha afirmação. Eles sabem que estou certo, mas jamais dirão, porque temem perder os incentivos para suas pesquisas.
Eu afirmo o seguinte: "Não existe vida alcançável além do planeta Terra". E completando: "Jamais um ser extraterreno chegará até nós".
Não é preciso ser uma sumidade da inteligência, para se chegar a esta conclusão. É tudo uma questão de tempo e distância. Dentro do nosso minúsculo sistema solar, já é comprovado: Não existe vida. Fora dele, jamais saberemos, pois tudo é muito distante. Não são horas nem dias, mas sim anos-luz que separam as distâncias. Para se ter uma idéia, se fossemos atravessar a Via Láctea, galáxia na qual estamos inseridos, levaríamos 100 milhões de anos ( se conseguíssemos viajar a velocidade da luz). E, no entanto, no Universo existem trilhões de conglomerados astrais semelhantes à nossa Via Láctea. Se existirem seres extraterrestres, estes teriam a mesma dificuldade de locomoção para chegarem até nós.
Sinto dizer aos adoradores de Discos Voadores, que infelizmente jamais terão um contato imediato do 3º grau. . Lamento dizer aos cinéfilos, adoradores da ficção de Hollywood, que foram ludibriados na sua inocência febril.
Ora! Que diabos! Afinal precisamos um pouco de fantasia nas nossas vidas. Mas que essa fantasia fique restrita a uma tela de cinema e não extrapole os limites do impossível.
A verdade é esta: Estamos sós no Universo, até onde alcança o limite da nossa capacidade. Não há o quê procurar. Não há como alcançar. Não há pelo quê esperar. Estamos sós e basta!
Aos Ufólogos de plantão, viúvas dos seres extraterrenos, deixo os meus mais sinceros votos de sentimentos.


Poema do Dia:

Cosmos

Porque chorar em terra deserta?
Se o Sol só ilumina quem rei é.
Desperta, desperta
É preciso ficar em pé.

O cosmos me espera.
E é prá lá que eu vou,
Pois pouca vida ainda prospera
No resto de alma que ficou.

Bebo, com sede, o momento de agora
Até quando me permitir a negra morte,
Pois não sei o que meu corpo implora
Se o azar da vida, ou da mortalha, a sorte.

Quero, enfim, que o céu
Me mostre seus limites infinitos,
Que é para eu me envenenar com fel,
Um pouco mais, antes dos acordes benditos.

Richard 2011