quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Friday Thirteen

"Last friday thirteen had caused strange modifications in my hormones. Ever since I feel like a wolf, I mean, a south americam werewolf in London. And, standing in London, I must speak and write in english. So in one full moon's night, I wrote this..."


Talking About Angels


I don't believe in flying saucers. I don't believe in ghosts. I don't believe in life after death. I think I don't believe in anything that seems exotic. Oh god! Why I'm so skeptic?
I don't believe in Angels completely. But, another night, I dreamed with three kinds of Angels:
The first Angel appeared when I was born. He had the face of my mother.
The second Angel, was my Guard Angel. One day looking me, carefully, in a mirror, I discovered that the Guard Angel was truly myself.
The third Angel came to me in a smoking cloud. He didn't say anything, but I knew that my time was out. I remember that I beg him just one thing. I beg:
"Please, just take my life without pain".




Poem of the Day:



Even The Angels Die


I wanted to fly, on the clouds

And move then with my breath.

I wanted to swim among the stars,

And swallow them with my kiss.

I wanted to get the infinite blast

Just to bring it true

And make the impossible, at last,

Just to be with you.


But baby, I have no intend

Don't you know why?

Even the Angels die,

And tou need to understand


I live my life like a hard bet

And with you, is much better.

Travelling so many times, yet

For places we've never been later.

I want to feel, so much, still

The scent of your savoury flower.

I want, at last, join my soul to yours

For we live a big love toghether.


But baby, I have no intend

Don't you know why?

Even the Angels die,

And you need to understand.



By Richard 2010







sábado, 21 de agosto de 2010

Boca

A digestão começa pela boca. A palavra também. Temos uma boca cheia de dentes para triturar os alimentos, e mastigar os palavrões. Certa vez um médico me disse que a boca era mais suja do que o ânus. Talvez seja por isso, que antigamente, quando falávamos bobagens, nos mandavam lavar a boca com sabão. Não sei não... Só sei que o beijo também vem da boca. O beijo me lembra língua, a língua me lembra uma citação de Nelson Rodrigues. Nosso saudoso dramaturgo disse certa vez:
"A língua é um órgão sexual usado pelos antigos para falar"
Boca, dentes, digestão, beijo, língua, sexo,... Essa conversa está me dando tanta fome, que acho que vou sair para comer uma pizza..., ou quem sabe uma "buzza"...


Poema do Dia:

Boca

Em pensar naquela boca,
Que mais que uma boca
Era pura sensualidade.
Aqueles lábios carnudos,
De um vermelho sangrento
Que me faziam engolir
Beijos irresistivelmente gulosos.

Em pensar naquela língua lasciviante
Que tal qual uma serpente
Sugava o que eu tinha de amor.
Fingia o infinito prazer
Mas, na verdade,
Envenenava o meu eu.

Só de pensar, confesso...
Sinto-me despovoado.
Você esterilizou o meu sexo
Esvaziou minha alma
Deixou-me inválido e rastejante
Como um verme na imundície do lodo.

É nessa hora que eu me viro do avesso,
E procuro clarificar meu corpo.
Exceto, é claro, a doçura daquela boca!

Richard 2010

domingo, 15 de agosto de 2010

O Envelhecer...

Um dia desses, ao me olhar no espelho, notei uma "sujeirinha" brilhante no meu cabelo. Pelo menos imaginei que fosse isso, e passei insistentemente o dedo nela para tentar removê-la. Ledo engano o meu ao notar que não se tratava de uma "sujeirinha", mas sim o brilho do início do branqueamento de um fio de cabelo. Além de cair os poucos fios que restam, agora já estavam ficando brancos.
Eu sempre tive para mim a idéia de viver até os 75 anos. Não sei porque, mas sempre achei que se eu não sofresse nenhum acidente fatal durante minha existência eu morreria de morte natural aos 75 anos de idade.
A medicina tem feito avanços prodigiosos na área da saúde, que estão me animando a mudar minha opinião sobre a data do meu ocaso. A fórmula do longevidade é sempre a mesma: Não beber, não fumar, não usar drogas, dormir pelo menos 8 horas por dia, fazer exercícios regularmente, e principalmente, ter uma dieta saudável e comer pouco para jamais sair do seu peso ideal. Só isso! Viram como é fácil...
Atualmente, a pessoa mais velha do mundo tem por volta de 130 anos. Os cientistas médicos estimam que já está entre nós o ser humano que vai chegar aos 150 anos. Hoje, esse felizardo, dizem os especialistas, deve estar com a idade aproximada de 50 anos. Se vocês, caros leitores, preencherem os requisitos acima, quem sabe essa pessoa possa ser um de vocês?
Eu, particularmente, quero viver o máximo possível. Viver até onde minhas pernas puderem me levar. Até onde eu tiver a consciência de quem sou no mundo. Até onde eu for útil aos meus semelhantes, e estes puderem tirar algum ensinamento proveitoso de mim. Enfim, viver sem pensar na morte e morrer sem pensar na vida.


Poema do Dia:

No Gume da Faca

Meu pensamento se dissolve na noite.
Eu sei que estou envelhecendo,
E nada posso fazer diante disto.
Minha carne vai se esfacelando,
Com as lambadas do tempo.
É um longo e tortuoso caminho.
No final, tudo que restam são cinzas.
A vida, assim, é difícil de suportar...
O medo de não vencer me decai,
E caído, uma vez, jamais me levanto.
Caminho eternamente na busca do equilíbrio,
Sobre o gume afiado de uma faca.
A um passo da descoberta final.
Só basta um escorregão, o mínimo deslize,
E será o mais completo fim...
Mas, sinto que, não devo ser covarde.
Incerto, ignorado, obscuro, mas decidido.
É por isso que continuo vivo,
É por isso que ando por um fio,
No gume afiado desta faca...

Richard 2010

domingo, 8 de agosto de 2010

Cicatrizes

A medida em que passamos pela vida, recai sobre nós o peso dos anos. É uma ruga aqui, é uma mancha de pele alí, é um fio de cabelo branco a mais na cabeça. Cada vez mais, vai ficando para trás aquela pele lisinha de neném, aquele cheiro de leite materno, aquela cabeçinha virginal e imaculada sem preocupação com nada.
O tempo nos atropela como um vendaval devastador, e deixa suas marcas encravadas no nosso corpo e na nossa alma. São as cicatrizes que vão escrevendo as páginas de nossa existência.
Cada marca que surge em nosso corpo tem a sua história, o seu drama particular. E até mesmo essas cicatrizes nos trazem lembranças. E, talvez, essas lembranças sejam as mais latentes em nós.
Mas existem também, as cicatrizes internas, as quais não são aparentes externamente. Essas nos castigam por dentro. E, muitas vezes, não curam nunca. São feridas abertas que nem o tempo consegue cicatrizar.
Portanto quando você se olhar no espelho novamente, examine bem suas marcas externas, elas revelam o mapa da sua vida. Quanto as outras, aquelas que você traz dentro de si, somente seu coração lhe dará a resposta.


Poesia do Dia:

Às Vezes

Às vezes,
Quando penso,
A vida me parece inútil.

Às vezes,
Quando penso,
O bom senso não tem sentido.

Às vezes,
Quando penso,
A rotina me causa náusea.

Mas isso só...
Às vezes...
Quando penso.

Às vezes me pergunto:
"- O que faço aqui?"
Às vezes me pergunto:
"- Por que chove quando estou alegre?"
Às vezes me pergunto:
"- Por que fico triste num dia ensolarado?"

Mas isso só...
Às vezes...
Quando penso.

Melhor seria não pensar.
Melhor seria ser um Andróide,
Ou melhor ainda, ser uma formiga,
Pré-programada para viver
Sem ter que pensar...

Às vezes
Sinto que sou humano!
Mas isso só...
Às vezes...
Quando penso!

Richard 2010

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O Grito

Analise bem esta imagem acima.
O nome deste quadro é : "O Grito" pintado por Edvard Munch em 1893.
Munch era um pintor Norueguês marcado por influências impressionistas de Van Gogh, Toulusse -Lautrec e principalmente Gauguin. Sua pintura marcou fortemente o movimento Expressionista Europeu.
Eu tenho uma curiosidade, e peço que os visitantes deste blog me respondam o seguinte:
- Olhem bem para este quadro. Se for possível, entrem na atmosfera dele, e me digam que sensações ele provoca em vocês?
Se quiserem, mandem seus comentários...

domingo, 1 de agosto de 2010

Conto - Parte final

Continuação...


O Travesti da Rua Sete
Parte Final
E Ernesto vai ao Mundo


Ernesto pagou a conta e se retirou do bar apressadamente. Desta vez ficara tempo demais fora do serviço.
Os dias que se seguiram representaram um conflito de emoções na cabeça de Ernesto. Com certeza ele gostava de mulheres, mas os travestis exerciam um fascínio sobre ele, do qual não encontrava explicação. Lembrava-se de suas freqüentes visitas de carro, ao Bairro do Números, tradicional reduto de travestis. Mais especificamente a Rua Sete, passarela onde as bonecas desfilavam para seus clientes, ávidos por sexo. Até agora Ernesto se limitara a olhar os trevestis expondo seus corpos esbeltos, seus seios siliconados, suas vastas bundas. Passava várias vezes pela rua, analisando tudo que se passava a sua volta, prisioneiro da sua impotência diante do desconhecido. Mas, naquela noite, Ernesto estava decidido a resolver seu problema: "Seria agora ou nunca mais".
A Rua Sete estava à meia luz. Isso destacava mais os travestis que circulavam por ali. Dentre todos, Ernesto interessou-se por uma loira alta e esbelta que usava uma minissaia frente única. Ou seja, vista de frente era uma saia normal, mas quando ela virava de costas, o que se via era uma bunda deslumbrante totalmente desnuda. Ernesto parou o carro ao lado dela. Perguntou a respeito do programa. Ela disse que tinha um local próximo onde poderiam ficar tranqüilos. Ele só teria que pagar, além do programa, o aluguel do espaço. Após tudo acertado, foram ao destino combinado.
O apartamento estava uma bagunça. Parecia que tinham feito uma mudança, e não colocado nada no seu lugar. Móveis empilhados, montes de caixas sobre o sofá, malas com roupas dentro. Realmente uma confusão. Ela o levou até o quarto, onde havia uma cama de casal arrumada, mas ao redor via-se a mesma desordem da sala. Ligou a TV e colocou uma fita de vídeo. Disse que iria ao banheiro. Ernesto ficou olhando a fita. Era um vídeo pornô onde apareciam dois homens transando com um travesti. Ernesto achou a atriz muito parecida com a garota que acabara de conhecer. Logo ela entrava no quarto vestindo um robe atoalhado cor de rosa.
- Você quer tomar banho? - Perguntou ela a Ernesto.
- Claro que sim!
- Então pegue esta toalha. O banheiro fica logo à esquerda - Apontou para o local.
Ernesto tomou um banho rápido e voltou ao quarto. Ela estava deitada sobre a cama, mas com uma toalha escondendo o seu sexo.
- Por favor, seque bem as costas. Não gosto que molhem o meu lençol. -Ordenou ela em tom autoritário.
Ernesto já começava a sentir a personalidade singular de um travesti. Era um constante conflito, efeito da mistura de hormônios. O estrógeno lhe dava a doçura das feições femininas, e a testosterona lhe dava a rudeza e a autoridade masculina.
Da cama, ela observava Ernesto terminando de se secar. Observava todos os gestos dele. De vez em quando, lançava olhares críticos à sua genitália.
- Por acaso é você que está naquela fita? - Perguntou Ernesto balançando a cabeça na direção da TV.
Ela empertigou-se e tomou um ar de esnobe, como quem havia colocado aquele vídeo justamente para ser notada.
- Sim, fiz muitos desses quando morava em São Paulo. Mas depois a concorrência aumentou, o cachê diminuiu, então voltei para a rua onde está dando mais dinheiro. Você entende? Os caras só querem as bonecas mais novinhas para os vídeos.
Ernesto observou melhor as feições dela. Devia ter uns trinta e cinco anos. Mas facilmente passava por menos.
- Você deve ser casado, não? - Perguntou ela.
- Deu pra notar? ...É claro, a aliança...
- Não, não não...É que quase todos os meus clientes são casados. E pode estar certo, a maioria deles não que ser ativo.
Ele pareceu surpreso com a afirmação da garota e foi logo se adiantando:
- Olha, ainda não sei bem porque estou aqui, mas pode ter certeza que não quero ser passivo com você.
- Vem, deita aqui na cama, vamos agir mais e falar menos. - Disse ela.
Ernesto se deitou atravessado na cama. Ela se debruçou sobre as pernas dele e iniciou um boquete lento e contímuo. Seus seios roçavam nos coxas de Ernesto, fazendo-o ter arrepios. Ele não sabia o que fazer. Estava nitidamente inibido. Aos seus olhos tinha diante de si uma mulher deslumbrante. Mas, na sua cabeça, imaginava a figura de um homem. Sim, um homem ali, naquela cama, naquele quarto bagunçado, praticando as preliminares de um ato sexual.
Após algum tempo ela suspendeu a felação e recostou-se na cabeceira da cama. A toalha continuava encobrindo seu sexo. Ela, talvez, tivesse percebido a inexperiência do seu cliente no mundo travesti, e não quisesse chocá-lo de início.
Ela pediu que ele se aproximasse e colocasse seu pênis entre seus seios, enquanto ela os espremia. Ernesto fazia movimentos de vai e vem imitando o coito, enquanto ela gemia simulando prazer. Mas, apesar de todo esforço dela, ele não conseguia chegar ao orgasmo. Todas aquela brincadeiras ele já havia experimentado antes com várias mulheres. Não era isto definitivamente, que estava procurando. Começou a achar que não estava no lugar certo nem com a pessoa certa. Decidiu abrir o jogo:
- Olha minha querida! Eu vim até você atrás de algo que, agora eu sei, não faz parte de mim. Eu tinha que conhecer, ver de perto, sentir, você me entende? É um sentimento que não vai rolar nunca. Eu tinha e tenho um fascínio por vocês: Travestis. Essa dualidade que faz parte de suas vidas. Ser homem e mulher ao mesmo tempo, é algo realmente incrível e ...
Sua frase foi repentinamente interrompida por ela:
- Incrível? - Exclamou ela com desdém - Você não sabe o que é ser discriminada. Ser motivo de chacota na escola. Ganhar carrinhos de brinquedo, quando na verdade, gostaria de brincar com bonecas. E o pior de tudo, receber o desprezo da família. O desprezo de um pai e de uma mãe é uma ferida que jamais cicatriza. Lembro até hoje o dia em que meu pai me expulsou de casa. Eu tinha apenas 15 anos, e resolvi parar de fingir ser o que não era. Eu assumi minha sexualidade e até hoje não me arrependi disso, pois aquilo era maior do que eu. Eu havia nascido assim...
Depois de uma breve pausa, continuou:
- Assim como uma larva feia e desengonçada se fecha em seu casulo, e depois de algum tempo se transforma numa linda borboleta. Cheia de vida e cor. Também eu desabrochei, e alcei vôo para não mais voltar...
Ernesto notara uma visível emoção em sua voz trêmula. Ficou sem palavras. Vestiu suas roupas calado. Pensou que aquilo tudo tinha sido um erro seu. Um terrível engano, ele ali com um travesti, num quarto barato. Um pai de família cinqüentão, se expondo daquela maneira.
De repente ela mudou de astral. Enxugou as lágrimas e adquiriu uma atitude vivaz.
- Sabia que você não vai mais me encontrar na Rua Sete?
- Por quê? - Perguntou Ernesto curioso.
- Um cliente meu me convidou para ir com ele para a França. Ele tem uma casa de espetáculos em Paris. Você não sabe, mas eu sou uma excelente cantora e dançarina. Ele quer que eu seja a atração especial para sua casa. Resolvi aceitar. Lá fora, nós os travestis, somos mais respeitados. Aqui no Brasil, somos tratados como aberrações.
Ernesto já terminava de se vestir e disse:
- Fico feliz por você. A Rua Sete não será mais a mesma sem a tua beleza. Mas não se preocupe, eu já decidi que não vou mais passar por lá. Não é o meu chão entende?
Ela lançou um olhar maroto para Ernesto e disse:
- Você quer saber de uma coisa? Eu tenho certeza que você voltará à Rua Sete. E isso não vai demorar.
- Como você pode ter tanta certeza? - Perguntou Ernesto preocupado.
Ela olhou fixamente para ele e disse:
- Porque você ainda não encontrou o que estava procurando. E enquanto uma pessoa não desvenda o desconhecido ela não tem paz em sua alma.
- Ah! Como eu queria que você estivesse errada...
Ernesto esperou que ela abrisse a porta. Então lhe beijou a face dizendo:
- Adeus! Vê se te cuida.
- Você também...Adeus!
A porta se fechou atrás de Ernesto. E com ela ficaram trancados todos os seus fantasmas e desejos sufocados. Não sabia até quando. Só queria que fosse para sempre.
Na volta para casa cruzou uma conhecida rua trasnsversal. Deu uma olhada rápida, balançou a cabeça e sorriu. A Rua Sete ficara para trás, envolta na penumbra.


Fim.


Poesia do Dia:

O Vôo da Borboleta

Quem hoje te vê assim tão esfuziante
Jamais imaginaria tua origem peculiar
Sob teu véu de seda contagiante
Escondes um segredo deveras particular

Teu semblante infantil feminino
Outrora já deixava transparecer
A impotência de um ser feito menino
Mas com a alma aflorando num renascer

Nem a larva sabia do seu destino
Imóvel em sua crisálida trocando a identidade
E se transformando num novo ser vespertino:
Uma linda borboleta na implacável cidade

Longe da dúvida atroz de sua mente
Buscando seu espaço no mundo feroz
Voa borboleta no seu caminho diferente
Qua a vida real não é como no reino de Oz

Vendo-te agora, nesta esquina sombria
Vendendo teu corpo a qualquer valia
Para comer o pão nosso de cada dia
Vejo que a sociedade te julgou a revelia

Nesta hora descubro porque vive tão pouco
A borboleta neste mundo ingrato e cruel:
É para não ter tempo de sentir o sufoco
De uma vida oprimida e um amor infiel.

Richard