segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sentido x Instinto

Um assunto que nos peturba (seres racionais), acima dos outros seres vivos, que não têm essa preocupação, é o sentido da vida. Nascemos sabendo qual será o nosso fim. A questão é como vamos preencher o hiato vago entre nosso nascimento e nossa morte. A primeiríssima razão de existirmos é a perpetuação da nossa espécie ( idéia comum a todos os seres vivos). Gerar e dar condições de vida para os descendentes é uma preocupação constante das espécies. Mas, depois de feito isso, O que nos faz ter apego pela vida? Qual será a razão para a continuação da nossa existência? A partir daí, qual será o sentido que nos faz viver? Nesse ponto entra em ação outro valor comum a todos os seres vivos: O instinto de sobrevivência. Este sim, é o grande incentivador da nossa vida. Precisamos ficar vivos. Todos temos nosso papel no ciclo da vida, e temos que cumprí-lo. É claro que todos queríamos ser os atores principais nesse filme. Mas, a maioria tem que se contentar em ser apenas meros atores coadjuvantes. Assim como dentre milhares de espermatozóides, apenas um fecundará o óvulo, sendo o responsável por uma nova vida, todos os demais fazem parte do processo que significa a luta pela vida.
Dessa forma, quando se desfaz em nós o sentido da vida, entra em vigor o instinto de sobrevivência. Até quando nossas forças resistirem às vicissitudes da existência e às corrosões do tempo.

Poema do Dia:

Conflito

Tenho sido vão.
Tenho sido um não.
Migalha de pão,
Caroço de jabuticaba.

Tenho sido lento.
Tenho sido ungüento.
Peneira tapando o sol,
Jabuti rabugento.

O cão late com autoridade.
E eu me calo para ouvir.
Até para se latir com classe
Tem que ter "pedigree".

A canoa está furada,
E fazendo água.
Afundando num oceano
De pontos de interrogação.

Assim sendo, corro o risco
De, apenas, passar pela vida,
Ou vê-la passar por mim
Dando adeuses...

Richard 2011

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Aos Ufólogos, Meus Sentimentos!

Para o seleto grupo de leitores do meu blog, começarei o ano com uma notícia bombástica. Um furo de reportagem. Até hoje ninguém teve coragem de afirmar o que eu vou dizer. Nem mesmo os cientistas da NASA confirmarão minha afirmação. Eles sabem que estou certo, mas jamais dirão, porque temem perder os incentivos para suas pesquisas.
Eu afirmo o seguinte: "Não existe vida alcançável além do planeta Terra". E completando: "Jamais um ser extraterreno chegará até nós".
Não é preciso ser uma sumidade da inteligência, para se chegar a esta conclusão. É tudo uma questão de tempo e distância. Dentro do nosso minúsculo sistema solar, já é comprovado: Não existe vida. Fora dele, jamais saberemos, pois tudo é muito distante. Não são horas nem dias, mas sim anos-luz que separam as distâncias. Para se ter uma idéia, se fossemos atravessar a Via Láctea, galáxia na qual estamos inseridos, levaríamos 100 milhões de anos ( se conseguíssemos viajar a velocidade da luz). E, no entanto, no Universo existem trilhões de conglomerados astrais semelhantes à nossa Via Láctea. Se existirem seres extraterrestres, estes teriam a mesma dificuldade de locomoção para chegarem até nós.
Sinto dizer aos adoradores de Discos Voadores, que infelizmente jamais terão um contato imediato do 3º grau. . Lamento dizer aos cinéfilos, adoradores da ficção de Hollywood, que foram ludibriados na sua inocência febril.
Ora! Que diabos! Afinal precisamos um pouco de fantasia nas nossas vidas. Mas que essa fantasia fique restrita a uma tela de cinema e não extrapole os limites do impossível.
A verdade é esta: Estamos sós no Universo, até onde alcança o limite da nossa capacidade. Não há o quê procurar. Não há como alcançar. Não há pelo quê esperar. Estamos sós e basta!
Aos Ufólogos de plantão, viúvas dos seres extraterrenos, deixo os meus mais sinceros votos de sentimentos.


Poema do Dia:

Cosmos

Porque chorar em terra deserta?
Se o Sol só ilumina quem rei é.
Desperta, desperta
É preciso ficar em pé.

O cosmos me espera.
E é prá lá que eu vou,
Pois pouca vida ainda prospera
No resto de alma que ficou.

Bebo, com sede, o momento de agora
Até quando me permitir a negra morte,
Pois não sei o que meu corpo implora
Se o azar da vida, ou da mortalha, a sorte.

Quero, enfim, que o céu
Me mostre seus limites infinitos,
Que é para eu me envenenar com fel,
Um pouco mais, antes dos acordes benditos.

Richard 2011