quarta-feira, 15 de junho de 2011

O Norte de Nossas Vidas

Há que se acreditar!
Nada, nunca é definitivo. Vivemos em constante êxtase diante da vida. E quanto mais nela penetramos, mais ela nos mastiga, nos digere, nos engole. O rumo está definido. Ele sempre esteve definido, desde que nascemos. Não importa por quantos caminhos tortuosos andemos. De nada valem tantas perdas e tantos ganhos na caminhada se nossos prazeres se diluem nas pequenas coisas que fazemos e que nos dão prazer. A bússola sempre nos levará para o norte. E qual será o norte de nossas vidas?
Objetivos a alcançar, metas estabelecidas, sonhos possíveis, quem sabe.... Tanta coisa por fazer. A angústia, o medo, o prazer das pequenas vitórias, a náusea das grandes derrotas. Tantas perdas e tantos ganhos espalhados pelo caminho. Tempos passados, paixões fugazes, tanta gente querida perdida pela estrada da vida.
Há que se acreditar!
Sempre haverá uma saída!
Para tudo na vida há uma saída.
O tempo se encarregará de nos mostrar o caminho.
O tempo tudo move, tudo estabelece, tudo cura.
O tempo sempre foi e sempre será o norte de nossas vidas.

Poema do Dia:

Santuário

No tempo em que o sol já se escondia.
Num quarto repleto de meia luz.
Reinam deuses e santos por todo o dia,
Criando um ambiente que ao amor conduz.

Ela dormia num real santuário,
Rodeada de anjos, orixás e escapulário.
Mas o Deus de sua devoção preferida,
Era Eros, desfrutando da maçã proibida.

Velas, incenso e fumaça impregnada.
O fogo ardia cortando o ar com suas chamas.
E o Buda ali sentado a meditar sobre o nada,
Enquanto a loba derramava o leite de suas mamas.

Iemanjá, flutuando sobre as águas do mar.
São Jorge e seu cavalo enfrentando o dragão.
Um móbile de anjos, no teto a voar.
E até Nossa Senhora, com peito aberto, coração.

Nessa névoa de penumbra, eu perdido.
Ela me guiou no seu santuário bendito.
Mostrou a mim o caminho do amor compreendido,
Entre a devoção ao bem, e ao inferno maldito.

E no meio desse sincretismo religioso,
Fizemos amor, penitenciando nossos pecados.
Varando o espaço, livre do tempo ocioso.
Ela e seu santuário, ficarão para sempre, em mim marcados.

Richard 2011

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