quinta-feira, 26 de maio de 2011

A Cidade Respira

A Cidade é um ser vivo que sofre, adoece e envelhece como todos nós. As ruas e avenidas são suas veias e suas artérias. Os coletivos, os carros, os seus habitantes enfim, são seu sangue que distribuem vida em todos os órgãos citadinos. Seu cérebro depende da atuação do poder público. Seus pulmões, um tanto congestionados, sofrem com o descontrole da poluição. Seu estômago tem gastrite, que pode virar úlcera. E seus intestinos são dutos subterrâneos onde fluem os detritos conforme o volume das chuvas: Bueiros fedorentos nas secas. Enchentes nos periodos de temporais.
Olho para o horizonte e vejo a silhueta disconexa da Cidade. Prédios surgem e se infiltram na paisagem feito tumores malignos. Vejo veias abertas por onde o sangue verte livre. Artérias semi interrompidas, onde o trânsito não flui. A capilaridade das favelas, onde se esconde o submundo do bem e do perverso.
Nós somos as células desse corpo. E como células somos trocados por outras células mais jovens. É o milagre da renovação. É o sangue novo para a velha Cidade. É o que a torna perene em si.
Nós paramos, mas a cidade continua: Velha, doente, carente, porém pulsante.

Poema Do Dia:

O Que Eu Não Entendo

Se você existe,
Desça agora do seu pedestal
E venha me explicar
Tudo aquilo que eu não entendo!

A criança faminta
O soldado mutilado
A discriminação racial
As diferenças sociais
O medo de viver
E o medo de morrer...

Responda-me, agora, por favor.
- Quem criou a paz e a guerra?
- Quem criou o amor e o ódio?
- Quem criou a vida e a morte?

Se você,
Realmente existe.
Desça agora
Do seu pedestal
E venha me explicar
Tudo isso...
O que eu não entendo.

Richard 2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário