segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Esvaziando as Gavetas

As gavetas de nossas casas estão sempre cheias de coisas. A maioria do conteúdo é jogado lá e, invariavelmente, esquecido. É claro que cada um de nós tem a sua gaveta preferida. E é para lá que destinamos nossos objetos mais queridos, mais valorizados e também os mais inúteis. Há quem diga que a gaveta é um estágio intermediário que um objeto ocupa entre o seu uso e a lata de lixo. Eventualmente temos que limpar nossas gavetas, pelo menos para tirar a poeira acumulada durante o ano, ou mesmo, alguma traça que esteja querendo digerir nossos "importantes" papéis. Outro dia me prestei para limpar minha gaveta e tentar diminuir o volume de bujigangas contidos nela. Segue abaixo, uma relação sucinta de alguns objetos lá encontrados:
- Uma máquina fotográfica antiga, com filme de 35mm (acho que nem existe mais recarga para máquinas desse tipo).
- Dois relógios estragados, que já tinham ido três vezes ao conserto.
- Quatro medalhas que eu ganhei em jogos escolares quando frequentava o curso primário. (Obs: nenhuma delas de primeiro lugar)
- Uma revista "Playboy" de mil novecentos e antigamente. (Para eventuais necessidades)
- Várias fotografias que não couberam nos álbuns de fotos.
- Dois radinhos de pilha. Um para ouvir no banheiro, o outro para usar com fones de ouvido.
- Etc...
Fazendo uma análise profunda, achei que metade daquele entulho poderia ir para a lixeira. Mas o fator emocional falou mais alto, e eu não consegui me livrar de nada. Acho que nossas gavetas são como arquivos das nossas vidas. Elas guardam memórias palpáveis da nossa existência.
Mas eu prometo que no ano que vem, vou esvaziar minhas gavetas, e só deixar o que realmente for importante!


Poema do Dia:

Amor Impossível

É noite!
Teus olhos são dois fachos de luz
A me guiar na escuridão.
Não tenho apoio ou quem me dê a mão.
Só te sinto neste olhar que me seduz.

Minha vida tem sido torrentes
Desaguando num poço sem fim.
E anos passei, carregando correntes
Acorrentando demônios guardados em mim.

Já morri tantas vezes sem saber
O valor que se dá a uma existência.
E só renascia nos momentos de prazer
Quando sentia a vida com maior consciência.

Agora eu caminho, aos tropeços, para teus braços
Numa noite escura e vazia.
Mas sinto que a luz me escapa pelos espaços
E foges de mim feito alma vadia.

Vás, siga teu caminho errante.
Não preciso de quem não me tem amor,
Pois trago comigo um sol irradiante
Que me dá energia, vida e cor.

Richard 2010

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