segunda-feira, 26 de julho de 2010

Conto - Parte II

Continuação...





O Travesti da Rua Sete

Parte II

Um homem, uma mulher, um motel





Na cabeça de Ernesto era uma confusão de sentimentos, cheiros e lembranças do passado.A garçonete lhe trouxe outra xícara de café e já o encontrou mergulhado em diferentes sensações. Ernesto agora lembrava sua experiência com uma garota de programa num motel:
Ele e ela num quarto de motel. E porque não? Ambos maiores, vacinados, no auge da libido sexual. É bem verdade que não se conheciam, e a primeira vez é sempre mais complicada. Ela agarrou a chave do quarto e foi logo enfiando na fechadura. Não abriu. Houve uma breve luta entre ela e a fechadura... Não abria. Ernesto olhava espantado o que acontecia, porque notou que ela não se dera conta que estava tentando abrir a porta que dava acesso à área de serviços do motel. De súbito ela se deu conta do erro, e meio sem jeito apenas disse:
- Essa não é a primeira vez que me acontece isso - Soltando um sorrisinho nervoso.
Ernesto apenas sorriu tentando aparentar indiferença.
A noite prometia, imaginou ele.
O quarto a meia luz. Tudo muito limpo e ajeitado embora fosse apartamento "standard". Ela ligou a TV onde passava um filme pornô. Ele não deu muita importância, pois preferia ouvir música, mas o som ambiente era de rádios FM. Então ignorou o som e a imagem, afinal o que interessava a ele era o toque, o cheiro, e outras coisas palpáveis.
Depois do banho ele se esticou sobre a cama, onde ela esperava anciosa. Ela começou, delicadamente, beijando o peito dele e foi baixando até a cintura. De súbito, parou e perguntou:
- Posso chupar teu pau?
Ele, sem esconder seu espanto, respondeu:
- Não só pode como deve.
- É porque tem homem que não gosta que faça isto - Retrucou ela com autoridade.
Ela, então, mergulhou a boca iniciando a felação. Ele ficou intrigado pensando como podia um homem não gostar daquilo. No pensamento dele o cara só podia ser doente.
Depois do boquete, ela sentou sobre suas coxas e continuou beijando-lhe o peito. Num movimento brusco ele tentou beijá-la na boca, mas ela rapidamente virou o rosto.
- Beijo na boca não! - Disse ela enfaticamente.
Ele brochou na hora. Foi como se um balde de água gelada tivesse desaguado sobre Ernesto. O beijo na boca significava uma preliminar importante para ele.
Houve um momento de silêncio. Ela sentiu o clima adverso que causara, e tentou remendar a situação:
- Você quer comer meu cuzinho? - Perguntou ela à queima roupa.
Ela sabia que homem nenhum no mundo recusaria esta proposta. Mas ele estava tão abalado com o acontecida, que não esboçou reação. Teve medo de falhar por causa da decepção. Mesmo assim ela estava decidida a agradar seu cliente. Ficou de quatro, balançando lentamente sua enorme bunda na frente dele. Ele não teve como fugir ante aquela visão deslumbrante. Notou que ela tinha uma tatuagem na parte de cima da nádega direita. Era um coração de cor vermelha com a palavra "Love" escrita dentro. Ele começou a ficar excitado. Ela curvou o dorso encostando o rosto no colchão, empinando bem a bunda e afastando as coxas. A excitação dele retornara com força. Colocou a camisinha e a penetrou com vontade. O gozo veio rápido e forte. Tão forte e violento, que a camisinha rebentou durante o ato.
- Bah! A camisinha rebentou. - Disse ele.
- O quê? Como? - preocupou-se ela.
- Da minha parte você não precisa se preocupar - Afirmou Ernesto.
- Por quê? Você faz exame seguido? - Indagou ela.
- Não, mas vai por mim, não precisa se preocupar.
- Eu faço exame a cada seis meses - disse ela.
- Bem que você faz. No seu trabalho você vive uma situação de risco permanente.
Ernesto olhou o relógio, e se levantou rapidamente.
- Caramba, já estou atrasado. Preciso ir embora.
A garota olhou para ele com indiferença e pensou consigo:
-"Ah! Esses homens casados, sempre com pressa..."



Continua...

Poesia do Dia:

As Portas do Paraíso

Contigo eu vou ao paraíso
Elevo a minha alma,
Sou puro!

Guardo em meu peito imaculado
O desejo ardente por ti,
Que me cega e me conduz
Dentro dessa noite sem luz.

Meu paraíso brota em ti
Em cada arrepio da tua pele,
Em cada sólido, gasoso ou líquido,
Que te vaze..., e me gele...
Que te amarre..., e me case...
Que te goze..., e me goze...

Não sou nenhum vestal
E não quero ser um ser comum
Nem tampouco ser um imortal
Só quero me purificar
Para ser digno
De penetrar
Nos teus domínios
No teu portal...

As portas do paraíso
São, em ti, eternas...

As portas do paraíso
São tuas pernas...

Richard

Um comentário:

  1. Olá, Richard, resolvi seguir teu blob pq também amo poesias e contos, com o tempo vou lendo seus contos...mas desde já parabenizo vc, pela iniciativa e pela criatividade!!
    Abraços!!

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